Correr Projetando Um Cenário

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(...) Aos poucos, minha mente foi desenhando as ruas, os prédios e todo cenário do percurso imaginário. Aos poucos eu fui sentindo como se estivesse no outro lugar (...)

Ubiracy Rezende, fotografado por Alessandro Augusto na Meia Maratona da Asics.

Correr Projetando Um Cenário

Amigos!

Há pouco eu fui correr, quando já estava anoitecendo. Eu faria 18 km de um velho percurso entre bairros, mas mudei de ideia. Fui para a segurança da Pista da Belo, na Vila da Penha. Eu estava com medo de levar um tombo, como o que ocorreu há duas noites...

Foi correndo nas calçadas da Rua Barreiros que eu fugia dos carros que abarrotavam a pista onde ocupavam até as beiradas. De repente, fui atacado por um degrau de concreto escondido na sombra de um poste. Bastou um leve toque na ponta do tênis para tirar todo o meu equilíbrio. Caí feio. ralei o joelho e machuquei bastante a almofada da mão. Assustado, permaneci sentado por um minuto para ter consciência dos estragos, enquanto uma moça perguntava se eu queira ajuda para levantar. Agradeci. Disse que estava bem e que logo me levantaria - mas eu ainda nem tinha certeza... Quando tive, respirei e voltei a correr por mais 9 km até o fim do treino.

Hoje, imaginei que se eu caísse de novo, acabaria de vez com as mãos e os joelhos, daí não quis arriscar aquele percurso... Na Pista da Belo, no entanto, eu não consigo dar mais de três voltas (5,1 km) sem me estressar e desistir. É como correr em uma imensa esteira rolante, indo e vindo, sem sair do lugar. Mas não tinha outro jeito e eu comecei... Dei a primeira volta e antes de completar a segunda pensei:

-- E se eu corresse, aqui, imaginando que estou fazendo o percurso pelos bairros?... Será que daria certo??

Foi o que fiz. Calculei em que altura eu estaria correndo, caso estivesse no outro percurso. Aos poucos, minha mente foi desenhando as ruas, os prédios e todo cenário do percurso imaginário. Aos poucos eu fui sentindo como se estivesse no outro lugar. Sem sair daquela pista, comecei a percorrendo as ruas de Irajá, Largo do Bicão, Penha, Olaria e Ramos... Curiosamente, até evitei de passar pela mesma calçada onde tropecei, numa experiência surpreendente de projeção de cenário. Estava dando certo! Fiquei animado e aumentei o pace. Esqueci que estava na Grande Esteira Rolante da Oliveira Belo e dei seis voltas (10,2 km) sem perceber ou me estressar.


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Fui para casa pensando nessa experiência de correr projetando um cenário. Talvez seja possível aplicá-la em outras situações bem mais hostis de corrida. Esse meu caso foi simples, mas pode ser um indício de que eu poderei repeti-lo e aperfeiçoá-lo.

Abraço!
Bira.



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