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As Luzes e a Corrida
Hoje saí para correr no começo da noite, socorrido pelas luzes de led que tornaram a cidade mais clara.
Então pensei: "que fim foi dados nos milhões de lâmpadas de vapor de sódio retiradas dos postes?" Aquelas, de brilho alaranjado e penetrante, porém brando e insuficiente, que pareciam dar uma sensação de maior perigo à paisagem noturna, lembra?
Sou da antiga: lembro de quando lâmpadas de sódio foram instaladas nos imensos postes centrais da Avenida Brasil. Lembro de que no subúrbio a iluminação pública era incandescente. Para ver as estrelas, bastava afastar-se um pouco do postes de luz.
Era na luz pendente, nos postes, que as mariposas rodopiavam até morrerem de esgotamento e calor. Eram banhados nessa luz que os suburbanos conversavam, até morrerem de sono e se recolherem.
Aos poucos, no entanto, surgiram outras luzes dentro das casas suburbanas chamadas de TV. Foi quando aquela gente abandonou o lumir dos postes e começou a morrer, diante das telas, feito mariposas encantadas.
Porém, não vamos esquecer que eu estou correndo na beira do asfalto noturno e ungido pelo led. Uso roupas fluorescentes para chamar atenção dos motoristas. Uso lentes Varilux para não tropeçar e cair outra vez. Uso a corrida para não ser tragado por outras luzes, emitidas ou refletidas em tudo aquilo possa atrair um homem e depois matá-lo.
Levo comigo as luzes da corrida que revigoram o corpo, libertam a mente e aplacam a alma... #
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Rio, 31.08.25
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