O Corredor de Longão

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Foto de arquivo pessoal editada - Bira, 16-11-16.


O Corredor de Longão


Lá vai o corredor de longão!... Assustando as pessoas quando descobrem que ele corre por mais de três horas seguidas, engolindo lentamente cada quilômetro, feito a jiboia que engole um boi. Costurando as ruas e os bairros, revisitando a nobreza de alguns e a degradação de muitos.

Ninguém conhece os lugares melhor do que o corredor de longão!... Ninguém possui amor tão intenso pelo chão onde pisa. Ninguém consegue fazer amor com a cidade como ele faz, tocando nas partes mais sensíveis da sua amada. Ofegando e gotejando, sobre ela, vapores e suores de prazer. É no sobe-e-desce das ladeiras e no entra-e-sai dos becos que ele é conduzido ao clímax explosivo de um retão. A seguir, desfalece satisfeito sobre a relva, acariciado pela brisa e envolto pelo céu.

Lá vem o corredor de longão!... Arrastando uma lufada de ar que ventilou toda cidade... Ah, se todos fossem como ele, dia após dia, aos milhares, aos milhões! Milhões de pernas inquietas, movimentando o ar. Os capilares de cada corpo serão como as ruas, onde os corredores de longão circulam feito seus próprios plasmas. Imagina milhares de cidades repletas de corredores no entorno de um mundo, plasmando energia!... Indo e vindo num longão sem começo, nem fim, nem direção, nem limites, nem fronteiras!

Lá vai o corredor de longão!...

Lá vem o corredor de longão!...

Nos capilares de um mundo ideal... Muito além das cidades... Dentro e fora dele mesmo, no tudo, no todo... Lá vai!

Abraço!
Bira.
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