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(...) Corria, como se apenas correr fosse o bastante. Corria, como se não existisse uma sombra diante de mim, deslizando no asfalto e denunciando a beleza do por do sol às minhas costas (...)


Montagem com recorte de sombra sobre textura de asfalto - Bira, 27-01-16.

Não Existem Dois Treinos Iguais ou Entre A Sombra E A Luz.

Amigos!

Foi correndo e olhando minha própria sombra comprida, projetada no asfalto, diante de mim, que pensei:

-- Não existem dois treinos iguais...

Foi quando eu passava pela enésima vez naquela rua, pelo mesmo e velho percurso. Quando eu cruzava as mesmas esquinas, diante das mesmas paredes pichadas. Ignorando as casas que não trocaram de cor, esquecendo dos motivos de estar ali correndo. Corria, como se apenas correr fosse o bastante. Corria, como se não existisse uma sombra diante de mim, deslizando no asfalto e denunciando a beleza do por do sol às minhas costas.

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Foi quando eu passei a enxergar o por do sol sem precisar virar para trás. Via apenas o seu reflexo na paisagem banhada de ouro, à minha frente... Eu precisava continuar correndo. Não dava para virar e olhar diretamente para o ocaso e seu encanto. Enquanto isso, os carros passavam ao meu lado com os quebra-sóis arriados. Correndo em sentido contrário, eu tinha medo que eles não me enxergassem na margem da rua.

-- Não existem dois treinos iguais... - voltei a pensar.

O trajeto e eu parecíamos os mesmos, mas esses detalhes de sombra e de luz denunciavam a diferenças. Dentro de mim, outro universo habitava. Produzindo sombras de ansiedade e insegurança de um lado, ou da esperança que brilhava feito o sol, no lado oposto. Minha lição, naquele momento, seria perceber que as sombras são fruto da luz que me banha.

Ainda demorou um pouco para que os postes e faróis se acendessem na estrada. Antes disso, passei a buscar por outros detalhes que tornassem aquele treino singular. Resolvi mudar minha própria atitude, e passei a acenar para as pessoas que me observavam, no caminho. Na maioria das vezes fui correspondido, trocando sorrisos e vibrações positivas.

Quando escureceu, de fato, eu ainda estava correndo nos 17 km de subúrbio. Minha sombra voltou a se deslocar no asfalto, toda vez que eu passava sob um poste iluminado. Quando o transito ficou intenso e as luzes dos faróis ofuscavam meus olhos. Fui bombardeado por seus fachos. Naquela hora, eu corria ao lado de um paredão, onde minhas sombras se multiplicaram. O movimento dos carros fazia elas correrem desordenadas na tela de pedra. Viajei no pensamento, imaginando que os faróis projetassem, ali, minhas inseguranças e ansiedades em forma de sombras confusas. Então sorri, me dando conta que eu estava embebido de suor e devaneio.

-- Não existem dois treinos iguais... - agora, eu sabia de fato.

Abraços!
Bira.



Amigos!

Cartaz de divulgação do filme McFarland, USA - Uma história real.


(...) Eu não precisaria dormir para ter belos sonhos na tarde-véspera da Corrida de São José do Goiabal. Bastaria manter os olhos abertos, enquanto viajava, oriundo de BH para aquela cidade. Bastaria olhar pela janela do ônibus, que fluía nas curvas do asfalto, subindo montanhas ou mergulhando nos vales mineiros cobertos de verde (...)


Montagem feita com recorte de imagens da corrida infantil em São José do Goiabal.

A Série Além do Blog está de volta, apresentando uma nova versão da postagem Bolero de Ravel - onde eu relatei minha primeira corrida e longo período que fiquei parado:

Recorte do Jornal do Brasil com 9 mil corredores largando na Maratona do Rio'85, no Leme, às quatro da tarde.

Amigos;

(...) A surpresa de deparar com um amigo, durante um treino, é uma das coisas mais gratificantes na vida de um corredor (...)

Ozeias e eu, na foto tirada em outro treino que fizemos em 2014, no Recreio. 

Treinar e Encontrar com um Amigo!


Amigos!

A surpresa de deparar com um amigo, durante um treino, é uma das coisas mais gratificantes na vida de um corredor. Ainda mais, se os treinos que fazem não têm compromisso ou metas muito rígidas, pois assim eles podem mudar o percurso para correrem juntos, colocando a conversa em dia. Foi assim que aconteceu comigo, no último sábado:

Saí para corre ás 18:30 h da noite, quando um sol amarelado já não tinha a mesma força de quem elevou a sensação térmica do Rio acima dos 40 º. Por conta disso, as ruas da Vila da Penha ainda estavam vazias. A sensação de calor persistia, pois o asfalto e o concreto expulsavam a quentura que absorveram durante o dia. Quando o céu escureceu, eu já tinha passado por Cordovil, Brás de Pina e começava a subir o viaduto da Avenida Lobo Júnior, na Penha. Rumo à Olaria, prossegui mantendo as passadas em ritmo de trote. Corria na margem da rua e na contra-mão, como sempre, para escapar de um algum carro que passasse muito próximo. Optei por vestir uma camiseta clara, que refletisse as luzes dos faróis e prossegui.

Dez quilômetros depois, eu fazia o retorno em Ramos e parava num posto de gasolina para comprar isotônico. Eu me sentia muito feliz em simplesmente voltar a correr. Eu sabia que não estava curado da lesão, mas ela deu uma trégua. Aproveitei para voltar sorrateiramente, como se estivesse me escondendo da própria lesão. Nesse começo de ano, afirmei para mim mesmo que vou ficar curado e voltei a correr um dia de cada vez. Já não aguentava mais viver sem o prazer do movimento. Quis banhar a cabeça com água gelada, que escorre e se junta ao suor para grudar a camisa no corpo. Quis sentir o sabor e o prazer dessa d'água, descendo pela garganta e penetrando na alma. É incrível perceber como um gole d'água recupera o fôlego. O fato de perder e retomar o fôlego carrega um sentimento de gratidão pela vida.

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De Ramos até a Penha, eu retornava às margens da estrada de ferro. Meu treino estava perto de acabar, mas eu ainda não tinha pensado em um tema para postar nesse blog. De repente, alguém me chama e eu deparo com meu amigo Ozéias, que também estava treinando. Seu rosto estava iluminado, mas não era o reflexo da luz de nenhum farol. O brilho vinha do simples prazer de encontrar um amigo. Depois de trocarmos um abraço suado, ele resolveu mudar sua rota e me acompanhar. No trajeto, recordamos de grandes momentos em treinos e provas que fizemos com outros tantos amigos. Viajamos no tempo e sentimos vontade de reunir nossos antigos companheiros.

Logo o treino acabou, como tudo que é bom, em mais um abraço suado e a promessa de novos encontros. Voltei para casa reafirmando o desejo de ficar curado, de vez, para não perder a chance de reencontrar meus amigos, não sem antes encontrar comigo mesmo, como fiz neste sábado.

Abraços!
Bira.
(...) Preocupo-me Contigo, que quando entrou para a corrida, transformou sua vida para muito melhor. Agora, Você não pode perder todo esse ganho para a crise... Então resista! Faça o que for possível para manter-se ativo!... (...)

Crise Corrida, recortes de imagens com edição no Paint e no Gimp - Bira, 09/01/16.

Não Deixe a Crise lhe Afastar da Corrida!

Amigos!

O foco desta postagem não é Economia ou Política. Já tem muita gente falando disso por aí, e as notícias não são nada boas. Quero falar com Você, que tem dificuldades correr em meio à crise que atinge o país. Você que quando entrou para a corrida, transformou sua vida para muito melhor, não pode perder esse ganho para a crise... Você que vai resistir, e fazer o possível para manter-se ativo, este ano!...

Hoje cedo, eu me fiz a seguinte pergunta:

-- Quanta gente estaria deixando a corrida, nesse momento, por desemprego ou falta de grana?...

Depois entrei no whatsaap e pedi aos amigos de todo o Brasil, que me relatassem supostos casos de corredores de rua que estão parando. Três colegas me responderam prontamente, foram eles: Jorge Vicente Freire - coordenador da Equipe de Corrida Jotaefe, de Petrópolis, Marcos Antônio Lima, fundador do Grupo Reciclados Por Corrida, do Rio, e  Luiz Sirotheau, educador físico e blogueiro carioca. Meus dois primeiros colegas falaram brevemente do momento que passamos. Sirotheau, no entanto, mergulhou um pouco mais no assunto e me presenteou com sua experiência pessoal. Mas vamos aos depoimentos:

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Jorge Vicente Freire
Jorge Vicente Freire relatou que ano passado a sua equipe juntou grande número de atletas em mais de 30 corridas, dentro e fora de Petrópolis. Ele percebe, no entanto, que agora os corredores estão mais seletivos, diante do alto preço das provas e finaliza:

-- Não vai ter jeito; em 2016 o pessoal vai diminuir um pouco.






Marcos Antônio Lima
Enquanto isso, Marcos Antônio Lima - fundador da equipe Reciclados Por Corrida - disse que no ano passado inscreveu-se apenas na Maratona do Rio e antecipou:

-- Em 2016, vou continuar me concentrando mais nos treinos com os amigos porque o custo é menor - e continua: Em 2015 eu percebi uma diminuição do volume de corredores em muitos eventos.





Luiz Sirotheal
Luiz Sirotheal me respondeu em forma de áudios que eu fiz questão de postar abaixo, na íntegra. Os áudios são curtos e não foram editados, justamente porque incorporam o espírito desta postagem: Em um papo franco e humilde, Siro relata algumas dificuldades que teve e ainda tem que superar, como todos nós.






Áudios 1 e 2: 
--As pessoas cortam naquilo que julgam ser supérfluo e o personal training acaba sendo descartado...



Áudios 3, 4 e 5, respondendo às perguntas:
 -- Quando você ficou sem correr sentiu alguma diferença no seu humor?
-- Você não teme que muita gente retorne ao sedentarismo por falta de grana para se manter correndo?
-- Você tem alguma dica para essas pessoas não ficarem inativas?




Áudio 6:
-- Finalizando, a vontade de ajudar...



Gostaria que esta postagem simples trouxesse esperança para superar uma crise complexa. A esperança está contida naquilo que é simples, feito as conversas que temos com nossos amigos. É possível que 2016 seja forçosamente o ano dos treinões. Se assim for, os corredores vão mudar sua forma de ver e sentir a Corrida. E quando essa crise passar, tudo será diferente!... Então resita! Faça o possível para manter-se ativo!

Abraços!
Bira.
(...) Aprendi a correr desviando de buracos e sacolas de lixo, da mesma forma que aprendi a olhar para cima, nas calçadas de Irajá. Não bastasse a sujeira que jogam no chão, sempre tem um cano despejando a água da lavagem do terraço sobre um pedestre incauto (...)

Montagem com recorte de foto pessoal e imagens da internet - Correndo no Céu - Bira, 05-01-16.

O Corredor, A Cidade E O Lixo...


Amigos!


Ontem eu estava correndo na pista de pedestres da Avenida Oliveira Belo, na Vila da Penha, quando reparei três senhoras idosas terminando uma caminhada. Uma delas dava o último gole em uma garrafa pet de coca-cola que, gentilmente, descartou no chão sob os olhares de suas amigas. Digo "gentilmente" porque aquela senhora não atirou a garrafa no asfalto, mas a camuflou no cantinho de uma mureta - a dez metros de uma lixeira. Minha reação foi automática e falei:

-- Ôh, minha senhora!... Não joga lixo no chão... Vê se pode?... A senhora já não é mais criança!...

Falei isso enquanto recolhia a garrafa e colocava no lixo. Um outro corredor, que passava, apenas riu da situação sem expor o que pensava. Confesso que senti um pouco de remorso por chamar atenção de uma pessoa que podia ser minha mãe, mas prossegui correndo e refletindo para dirimir a culpa que gerou esse conflito.

Logo que encerrei a corrida, pisei acidentalmente numa embalagem de suco de graviola que outra pessoa descartou no chão. O líquido espirrou com força, lambuzando por completo as minhas pernas, além de sujar minha bermuda. A sorte foi ter um posto de combustível por perto onde eu me lavei e sorindo pensei:

-- Será que as velhinhas rogaram praga em mim??


*       *       *       *       *


Hoje de manhã, entrei no Facebook para ver o que meus amigos postavam e, coincidentemente, o assunto era o lixo deixado nas praias do Rio. Li os comentários que criticavam a postura do povo e me lembrei que no subúrbio, onde eu moro, a coisa é bem pior. Quem anda nas ruas deve ficar atento para não tropeçar na sujeira. Quem corre na beira da estrada, tem que saber se desviar da lixarada...

Como Correr Desviando do Lixo?

Aprendi a correr desviando de buracos e sacolas de lixo, da mesma forma que aprendi a olhar para cima, nas calçadas de Irajá. Não bastasse a sujeira que jogam no chão, sempre tem um cano despejando a água da lavagem do terraço sobre um pedestre incauto.

Uma sucata de carro foi abandonada no meio-fio. Uma dezena de camelôs tomaram conta da calçada, por onde os motociclistas também cortam caminho. Mais adiante, um bando de urubus se empoleiram nos postes de luz. Eles estão de olho na galinha que jaz em um despacho, e aguardam o momento de dar o bote. Alguém taca fogo num monte de pneus velhos que foram despejados na esquina. A fumaça negra se espalha, mas não consegue acordar um usuário de crack, que dorme em um colchão imundo, sob a marquise do metrô.

Se de manhã a limpeza urbana passa deixando as ruas limpas, não demora muito para a sujeira retornar. Sempre que corro, no subúrbio, reflito sobre isso. Reflito sobre os decibéis de lixo sonoro que invadem meus ouvidos... É inquestionável que o subúrbio está repleto de lixo, muito mais que as praias da Zona Sul.

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Mesmo assim, é possível entender que dentro da meia-água, de uma favela que margeia a estrada, não há espaço para as pessoas armazenarem o lixo que é jogado na rua. Mesmo assim, é possível entender que o camelô, que ocupa uma calçada, tenta sobreviver. É possível entender que o usuário de droga é um doente e até que o motociclista não teve educação. Entender que os despachos que apodrecem na encruzilhada poluem tanto quanto o barulho estridente de certas igrejas, e que, mesmo assim, manifestam a busca religiosa de alguém. Tudo aquilo que causa desordem urbana no subúrbio pode ser justificado dessas formas. E se assim entendemos, estamos diante de um conflito. É um conflito idêntico ao que eu tive quando chamei a atenção uma senhora que poderia ser minha mãe, no começo desta história, ao invés de tentar entender suas limitações.

O subúrbio e as pessoas parecem ter mais limitações do que limites. Para entender tal fato, eu precisei pisar num frasco de suco de graviola descartado na rua, na cena já descrita. Precisei xingar um palavrão, naquele momento, mas em seguida rir da situação para não deixar que a poluição das ruas invadisse meu peito.

Correndo e vivendo no subúrbio eu percebi que acima do cano que atira água sobre quem passa na calçada existe um céu azul. Percebi que o céu do subúrbio não difere do céu dos mais belos lugares e descobri que o mundo é igual, quando se está no céu.

Abraço!
Bira.

Terapia Para Corredores Lesionados


...A impaciência de esperar por uma cura que nunca chega e a promessa de por em prática um Plano B, nunca concretizada, pois tudo que se deseja é voltar a correr...

Amigos!

Deu cinco da tarde, de domingo, quando o sol que castigava o Rio se escondeu atrás de nuvens carregadas. A chuva de verão seria quase certa, a não ser que o vento furioso arrastasse o aguaceiro para o mar. Aparentemente, eu não tinha motivos para estar triste, mas estava... Então me aproximei da minha mulher que assistia um filme e falei: "Edna, a corrida está me fazendo muita falta!..."

O sininho do Messenger tocou anunciando mensagem no meu celular. Era minha amiga Katia Abreu, que há muito não vejo e voltou de Paris para o Rio, dizendo: "Bira, vi sua foto no Facebook... Você parece um monge!... Você está pintando ou escrevendo?" Não daria para responder com o teclado virtual do celular. Disse apenas que estava, há muito, lesionado e sem correr, depois marcamos um almoço.

Do basculante do banheiro eu percebi que o céu ficou ainda mais fechado, e me perguntei: "Há quanto tempo não corro na chuva?!..." Respondi a mim mesmo vestindo a roupa de corrida, como quem diz: "Dane-se a lesão!...Vai ser agora!"

Saí para correr esperando a chuva desabar sobre mim e a cidade, mas ao longo de 17 km o tempo se firmou. Percorri trajetos usuais, ida e volta, entre Irajá e Bonsucesso. A fascite plantar não quis me incomodar, mas estava ali nos pés, qual um fantasma. Eu fingia que a ignorava, retirando o suor da testa com o dedo indicador, feito de um limpador de para-brisas. Eu estava suando de novo!... para ficar perfeito, só faltava ter inspiração para escrever uma crônica do tipo Eu Faço o Meu Tempo, que me veio à mente enquanto eu corria. Mas a ideia que tive foi a de escrever sobre Terapia Para Corredores Lesionados, então vejamos:

Terapia Para Corredores Lesionados


Ninguém gosta de falar de lesão, mas isso pode acontecer com qualquer um. Pior ainda se o problema se estende por meses ou mais de um ano, como é o meu caso. Todos os benefícios obtidos com anos de corrida ficam ameaçados. A barriga, antes sequinha e invejada, fica saliente e desperta a atenção de uma amiga dentro do elevador, que diz: "Parou de correr?... Estou percebendo uma mudança no seu 'shape'..." O comentário me deixa meio sem graça e sem tempo de responder adequadamente até que o elevador chegue ao andar de destino. Só me resta emitir um sorriso labial e fazer um comentário sobre a previsão do tempo - muito mais próprio para quem está em um elevador.

Chato também, é o corredor ter que ficar repetindo que está lesionado toda hora aos amigos que perguntam como estão os treinos. Tem hora que ele não quer tocar nesse assunto. Tem hora que ele quer ignorar que está lesionado, simplesmente para não ressentir do fato. É quando ele entra nas redes sociais e vê todo mundo correndo. É quando ele recebe um monte de convites para um monte de treinos e corridas... Aí, se ele tiver num bom dia, dirá para si mesmo: "Tenha calma, tudo vai passar!..." Mas se o dia for ruim, a vitimização é certa: "Por que isso aconteceu logo comigo?!"

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À medida que o tempo vai passando e a lesão não se desfaz, o corredor pode perder a auto-estima, isolar-se dos amigos ou ficar deprimido. Por sorte, a maioria dos corredores têm vida regrada, então não acredito que possam recorrer ao excesso de álcool ou drogas ilegais - a não ser que tenham utilizado a corrida para livrar-se delas, anteriormente. Mas esses seriam casos extremos e pontuais...

Por experiência própria, eu constatei um aumento gradual de irritabilidade e perda de humor. A impaciência de esperar por uma cura que nunca chega e a promessa de por em prática um Plano B, nunca concretizada, pois tudo que se deseja é voltar a correr e não simplesmente substituir a corrida.

Foi pensando nisso tudo que eu liguei para um amigo, o psicólogo Dr. Horácio Holanda e expus o fato. Falei da quantidade cada vez maior de corredores de rua em nosso país e da necessidade, a meu ver, de se criar grupos de terapia para corredores lesionados. Coordenadas por profissionais como Holanda, o grupo corredores lesionados seria conduzido na partilhar de suas dificuldades e na busca do equilíbrio emocional, naqueles momentos difíceis.

Pelo que sei, não existem grupos de terapia com esse perfil, mas se houvesse eu não relutaria em participar. É muito mais fácil partilhar com pessoas que têm problemas semelhantes, até que tudo se resolva e a vida volte à normalidade, seja o problema que for.

Abraços!
Bira.


'Escrever sobre corrida neste blog, nesse momento, é como utilizar um celular cuja carga está acabando... Preciso, rápido, de um carregador!... Preciso de um gole de corrida!... Um gole não, preciso me embriagar de corrida!'




Vocabulário do Corredor: Você Consulta, Você Faz!


Amigos!

Vocabulário do Corredor é uma página do Facebook, ordenada de A a Z, onde o atleta pode consultar e acrescentar novos termos empregados na corrida de rua e atletismo, no geral. Para somar uma expressão de corrida é muito simples: Procure a imagem da sua letra inicial e faça um comentário, como no print de tela abaixo:


Criada em julho do ano passado, a página recebeu incontáveis visitas que aos poucos vão acrescentando novos termos. A ideia é fazer do Vocabulário do Corredor uma base de conhecimento e troca de informação... Aos poucos, vamos chegando lá!...

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Se você ainda não conhece o Vocabulário do Corredor, clique no link:

https://www.facebook.com/Vocabul%C3%A1rio-do-Corredor-de-Rua-536849436467690/?fref=ts

Abraços!
Bira.
Doze momentos marcantes nas postagens de BiraNaNet de 2015... Reveja ou confira, algumas postagens imperdíveis...

Trecho de "Estou Voltando?", mar/15 - para ler a postagem completa, clique na imagem.

Trecho de "Morro de Saudade da Corrida!" - mar/15 - para ler a postagem completa, clique na imagem.

Trecho de "Moraes Runners Somos Nós!" - jun/15 - para ler a postagem completa, clique na imagem. 


Trecho de "Correr, Tropeçar, Chorar e Sorrir..." - ago/15 - Para ler a portagem completa, clique na imagem.

Trecho de "O Começo e o Fim dos Grandes Treinões." - out/15 - Para ler a postagem completa, clique na imagem.

Trecho de "O Diário de Corrida de Zim." - nov/15 - Para ler a postagem completa, clique na imagem.


Trecho de "Vannucci, Filma Eu!!!" - nov/15 - Para ler a postagem completa, clique na imagem.


Trecho de "O Treinão Não Morreu, Muito Menos Eu!" - nov/15 - Para ler a postagem completa, clique na imagem.

Amigos,

Muita gente conheceu este blog somente este ano. Talvez você seja um desses, talvez já estivesse por aqui. 2015 foi um ano difícil para mim que permaneci lesionado. Este blog quase parou, porém, além de simplesmente resistir ele conseguiu crescer!...

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É isso que desejo para todos nós, no difícil ano de 2016 que se anuncia. Que a gente possa crescer, em todos os aspectos. Que a gente vença a crise e supere a si mesmo!

Muito obrigado por ter passado aqui em BiraNaNet!... Vem muito mais por aí!

Abraço!
Bira.
O direito de treinar nas ruas, sem ter a obrigação de pagar a qualquer intermediário, é básico e elementar. A rua é de todos!

Treinão de Confraternização do INCA, em Campo Grande, Rio de Janeiro (nov/15) - Foto Moraes Runners.

A Rua É do Povo!... E do Corredor Também!


Se você é um daqueles corredores que vivem reclamando do preço das inscrições de corrida, se liga!...

Se você tem orgulho de correr na pipoca, dizendo que "é um protesto, porque a rua é sua!", abra os olhos, a coisa pode ser muito pior!...

Fique sabendo que, para muitos, as ruas não lhe pertencem, sequer para treinar!

Fique sabendo que, para muitos, você não tem direito de juntar amigos e fazer um simples treinão!

Se você está pensando que é brincadeira, faça o seguinte teste:

1- Convoque seus amigos para um treinão, bem bacana, criando um evento no Facebook.

2- Se o evento for um sucesso e atrair uma massa, alguém dirá que é "falta de ética" fazer um treinão sem a prescrição de profissionais de educação física, conforme o Decreto nº 38.255.

Obs.: É lógico que se seu treinão tiver apenas meia dúzia de pessoas, ninguém vai se incomodar contigo... Mas se você começar a atrair muita gente, será visto como uma ameaça, por alguns.

Mas não se espante, a coisa pode ficar muito pior!... Se o seu evento tomar dimensão, você pode receber ligação de um presidente de uma federação de atletismo, querendo barrar seu treinão!... Não estou brincando, não! Isso aconteceu comigo e eu tenho provas que ficaram gravadas no meu Zap.

Quando promovi o TREINÃO DO BRASIL - um treinão simultâneo e informal em todo território nacional - um presidente de uma federação da Região Norte me "ordenou" que lhe informasse o meu e-mail para que ele me comunicasse oficialmente que eu estaria burlando o Código de Trânsito. Eu ainda troquei algumas mensagens com esta pessoa, argumentando que não estávamos fazendo nenhuma corrida, mas um treinão totalmente gratuito. Sua intenção era implícita, mas ao mesmo tempo clara: Ele queria que eu pagasse alguma taxa para que a sua federação autorizasse um simples treinão (!), imagina... Depois de repetir, em vão, que eu não tinha dinheiro, bloqueei a fera.

A Rua é do Povo!

O fato é que a internet fez o mundo mudar. As pessoas têm seus blogs, seus perfis nas redes sociais, onde postam seus próprios conteúdos. Elas saíram da passividade e se tornaram verdadeiras ameaças aos oligopólios da comunicação. Um exemplo disso é a queda da audiência das TVs e o fim dos jornais impressos.

No mundo da corrida não é diferente: aqueles treinos que reuniam meia dúzia de corredores, hoje pode atrair centenas. É um direito do corredor participar! Ele não tem a obrigação de pagar assessorias (nada contra as assessorias). Ele pode simplesmente fazer o que sempre fez e correr de graça na rua que é sua! Não adianta um ou outro profissional do esporte falar mal dos treinões. Não adianta dizerem que "somente um profissional pode prescrever treinões", pois isso corresponderia a lotear as ruas para os profissionais de educação física.

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É preciso dizer que um treinão gratuito não se deve se prender a códigos ou regulamentos de quaisquer entidade.

É preciso dizer que o corredor tem direito de correr na rua... Que a rua é de todos... Que ninguém se preocupava com os grupos de corridas informais quando eles eram pequenos... Que ninguém tem o direito exclusivo de intermediar o relacionamento dos corredores.

Bons profissionais não se preocupam, ou se sentem ameaçados, quando um simples corredor marca um treinão na rede. Bons corredores tem discernimento e autonomia para escolher para onde querem ir...

A internet chegou e todo mundo pode fazer postagens ou convocar um treino. Nada contra quem ganha dinheiro com o mundo da corrida, muito pelo contrário... Mas a rua é do povo!... E do corredor também!

Abraços!
Bira.
Amigos!

Forcei a barra e participei de mais um grande treinão: Não deu para resistir!

Fazia tempos que eu não olhava para o céu, sábado à noite, para saber se o tempo seria bom no domingo. Fazia tempos que eu não deixava a roupa de corrida separada, para não perder a hora na manhã seguinte. Para ser mais exato, fazia mais de um ano até que esse momento chegou!

Acordei às cinco, tomei banho e café enquanto o céu clareava. Segui o ritual dos corredores mas eu não iria correr, só iria rever os amigos no Treinão de Confraternização de Erivaldo Zim. Nosso amigo que atravessa momentos difíceis, já descritos em outra postagem deste blog, recebeu cerca de 300 corredores em Campo Grande, Zona Oeste do Rio.



Sobre um gramado na Rua Azhauri Mascarenhas, a 50 metros da Avenida Brasil, foram montadas tendas com mesa de frutas e hidratação suficiente para o grande público. A conversa ficou animada diante de muitos reencontros. Os abraços e poses para fotos só cessaram momentos antes da largada, quando todos fizeram uma oração pelo restabelecimento de Zim, que trata um câncer. Foram recolhidas dezenas de latas de leite em pó para o INCA - Instituto Nacional do Câncer.

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Quando foi dada a largada a animação foi estupenda. Parecia uma pequena corrida, mas era um treino. Não lembro exatamente o momento em que fui tomado pela euforia e decidi correr. Embrenhei-me no meio daqueles que fariam o percurso de 17 km e, sem querer saber se conseguiria ou não, pensei: "Dane-se a minha lesão (fascite plantar)! Agora eu vou correr!" -- e gritei:

-- O Treinão não Acabou!!!

Sim, os grandes treinões não haviam acabado, como disse a amiga Sheila Zanesco ao passar do meu lado, ali mesmo, antes de adentrarmos na Estrada do Pedregoso. Dali para frente, nossos olhos se inundaram de verde. As áreas menos habitadas daquela estrada apresentavam um cenário de interior. Uma casinha mal pintada, uma plantação de quiabo e o relevo encapado pela mata.



Demorou pouco para o sol vencer a nebulosidade e participar do treinão. Tudo ficou mais quente, mas o Zim pensa em tudo e nos socorreu com pontos de hidratação. Ciclistas faziam o staff do treino checando se todos estavam bem. Plaquetas indicativas foram espalhadas no percurso, para que ninguém se perdesse nos caminhos adornados pela mata. Os pisos variavam entre asfalto, cascalho e terra batida. Só não variava a temperatura elevada.

Não me arrependi de ter arriscado cumprir o trajeto, depois de tantos meses parado. Muito pelo contrário: Salvei meu ano! Mesmo tendo que caminhar em alguns trechos de subida, completei todo o percurso e descobri que estou tão vivo quanto os grandes treinões.

Abraço!
Bira.


Amigos!



Treinão do Brasil, o maior treinão de corrida de rua de todos os tempos, já data marcada para o próximo ano. Será no dia 22 da maio de 2016, domingo, às 7 h - horário de Brasilia, em todo país.

Para quem não conhece, Treinão do Brasil é uma corrida de rua nacional e simultânea, ou seja: todos os corredores dão largada no mesmo momento em qualquer lugar do país. O evento poderá ser organizado (no formato de treinão ou de corrida) por corredores, grupos de corrida, assessorias ou quem mais se interessar. A sua primeira edição ocorreu em 20 de setembro último, quando atingiu 48 cidades e totalizou 2.500 corredores.

A Força do Treinão na Expansão do Esporte

É muito comum, nas grandes cidades brasileiras, grupos de corredores se reunirem para treinar nos finais de semana. Foi daí que surgiu a ideia do treinão único, nacional e simultâneo. Adotou-se um tema: "Correr Pela Paz" e a cor branca das camisas. A ideia agradou e ganhou adeptos pelas redes sociais. O sucesso foi maior ainda em cidades de pequeno e médio porte, onde a corrida de rua carece de grandes eventos. Foi assim que, por exemplo, a cidade de Sertanópolis PR se mobilizou para realizar sua primeira corrida de rua, no formato do evento.

Um outro aspecto do Treinão ficou desconhecido pela maioria de seus participantes: Foi formado um grupo de WatsApp, composto pelos organizadores de cada cidade envolvida. Esse grupo heterogênico, com corredores dos mais diversos níveis, não se dispersou. Muitos já se conhecem pessoalmente e se encontraram nas corridas de rua nacionais, estreitando amizades. A ideia do Treinão se manteve entre eles, e o evento retornará com algumas mudanças.

Vai Ser Treino ou Corrida?

Depende. Uma das mudanças do Treinão do Brasil'16 é que cada organizador poderá optar por fazer um simples treinão informal (com qualquer número de participantes) ou uma Corrida Treinão do Brasil, com medalha, pódio, camiseta e etc. O motivo da mudança é levar a corrida às cidades que não tem competições, oferecendo-lhes um evento nacional. Caberá apenas ao organizador da corrida local, no entanto, conseguir apoio e se responsabilizar pelo evento deste nível. Neste caso, o Treinão do Brasil cederá sua marca para exploração, apenas local, por acordo.

Nos locais onde os organizadores optarem por treinões informais, o evento seguirá os mesmos moldes de 2015.

Paz com Todas as Cores!

Outra mudança do Treinão'16 é que poderemos usar camisas de qualquer cor, não apenas o branco. Para identificar o evento com seu tema (A Paz) os corredores podem portar um simples boné branco, prender os cabelos com um acessório de cor branca, usar um laço de fita branca na camisa ou enrolada no pulso. Desta forma, as equipes de corrida poderão utilizar seus próprios uniformes no evento e o corredor avulso, sua camisa predileta.

Fique Atento!

Na medida que chegarem novidades e adesões, o blog BiraNaNet fará novas postagens sobre o Treinão do Brasil'16.

Link para o evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1661846440713830/


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Abraço!
Bira.
Amigos!

Ico Pires, Vannucci Jr., Zim, Moraes e Lindalva foram as cinco personalidades retratadas aqui, em 2015.

Este ano eu não corri, sequer treinei e no primeiro trimestre este blog quase parou. Lesionado, dividi meu foco com outros assuntos, até o final de maio. Quando tudo parecia estar se perdendo, no entanto, tive uma ideia: Realizar o Treinão do Brasil. O evento foi simultâneo e agregou 50 cidades, além de fazer subir a audiência de BiraNaNet. Para atender à demanda, resolvi contar histórias de amigos corredores, uma vez que eu estava inativo. O resultado foi prá lá de bom!...

Moraes, Ico, Vannucci e Lindalva foram as estrelas deste blog em 2015. A postagem intitulada "Todas as Idades de Lindalva..." ganhou destaque no Blog Pulso de O Globo.

Se você não leu essas cinco histórias, aproveite o momento. Coloquei abaixo um breve trecho de cada postagem, basta clicar para ler o restante:

1 - Todas as Idades de Lindalva...

"(...) Lindalva aposentou-se em 2005, aos 60 anos, mas continuou fazendo faxinas. Teve problemas de pressão arterial e procurou um médico, aos 64. O médico recomendou que fizesse caminhadas. E foi aí que a sua vida começou, enfim, a mudar (...)"    (clique no texto)


2 - O Diário de Corrida de Zim.

"(...) A 500 metros da chegada já dava para ver minha torcida organizada: Tina, Aninha e Cláudio, todos batendo palmas para mim. Eu comecei a me sufocar com alguma coisa que era a vontade de chorar, 'Não!... Eu não vou chorar!'... Queria falar para Tina que minhas pernas estavam doendo, mas minha voz não saía... (...)"  (clique no texto)




3 - Vannucci, Filma Eu!!!

"(...) Em 2008, Vannucci já residia em Uberaba e atravessava um longo período de lesão nos meniscos. Impossibilitado de correr, teve a ideia de filmar uma corrida da garupa de uma moto. O vídeo não ficou muito interessante, mas foi o pontapé para o surgimento de seu blog, Corrida Rústica, em 2010.Neste intervalo voltou a correr e aprendeu a editar seus vídeos. Como marca, adotou a boina preta que chamava atenção dos corredores que eram filmados (...)"  (clique no texto)

4 - Moraes Runners Somos Nós!

"(...) Carioca de Padre Miguel, Moraes entrou para Escola de Aprendizes da Marinha, em Santa Catarina, aos 18 anos. Ali deu sequência à prática de esporte, iniciado na infância, nas competições de corrida entre colégios da Zona Oeste. Bom de bola, logo entrou para a seleção de futebol do quartel. Manteve-se invicto por um ano e quatro meses - todo período que atuou como cabeça de área da seleção. Já formado marujo, voltou para o Rio, onde foi indicado para servir no navio G 26 (...) (clique no texto)

5 - Quando a Corrida Te Fisgou?

"(...) Três mil corredores se concentravam em frente a Estátua do Bellini, no Maracanã. Seria dada a largada da Corrida das Torcidas. O percurso de 7,5 km, no entorno estádio, não assustava maioria dos atletas. O estreante Ico Pires, no entanto, fugia a essa regra e deu a largada pensando:-- Vou completar essa corrida de qualquer jeito... Seja na ambulância ou carregado!(...)"  (clique no texto)






Espero que em 2016 eu volte a correr para produzir mais crônicas de corridas... Oxalá eu fique curado!... Independente disso, continuarei contando as histórias de nossos amigos corredores.

Abraço!
Bira.