segunda-feira, 20 de maio de 2013

A Festa da Ponte

"Por alguns instantes, é possível esquecer do próprio peso do corpo e flutuar sobre a ponte feito gaivota..."

Amigos!

Uma barca repleta de corredores cruzou a Baía de Guanabara, saindo do Rio para Niterói. Eram seis horas da manhã de domingo e o sol - um farol brotando no oceano - ofuscou a visão de quem na nave vislumbrava o seu destino. Confirmando as previsões do tempo o céu se abriu empurrando pesadas nuvens para sua periferia. A madrugada preservou o frio e fez muitos corredores vestirem mangas longas. Logo, eles se arrependeriam da escolha feita ao saírem de casa. Em 20 minutos de travessia foi possível avistar amigos, trocar beijinhos e abraços-de-como-vai?, fotografar e sorrir, enquanto um bloco de sujo improvisado percorria os corredores da embarcação, cantando sambas alegres e desafinados.

A Corrida da Ponte é uma festa!

Pouco antes da largada, corredores concentrados à frente ao belíssimo Teatro Popular.

No Caminho Niemeyer - espaço próximo à Estação das Barcas, em Niterói - os corredores se concentravam e se aqueciam, mesmo que parados, pela ação da luz do sol. O astro, que já tinha dado sua largada na corrida diária rumo ao centro do céu, transferia cada vez mais o seus primeiros tons amarelados às paredes do Teatro Popular que brilhava feito ouro. Festa para os olhos de uma cidade que soube explorar seus espaços, criando monumentos à altura de competir com a longínqua paisagem das montanhas do Rio, situadas além da baía.

A Niterói do Museu de Arte Contemporânea e do Teatro Popular é uma festa!



A onda de corredores largou e captou energia nos primeiros dois quilômetro pelas ruas da Cidade Sorriso. Aplausos e palavras de incentivo em um corredor de alegria com destino à Ponte. A Ponte que os corredores só sentem após cruzar o pedágio, quando é possível vislumbrar um mormaço que lhes aguarda no vão central. O temido vão central outra vez desprovido de vento, onde muitos perceberam que não melhorariam seu tempo. Mas o que parece má notícia - não melhorar o tempo - reverte-se em lucro quando o atleta relaxa e se vê entre o mar e o céu. Repassa um copo d'água para o corredor ao lado e o gesto provoca uma conexão que se expande aos demais. Essa troca externa reflete internamente e dissipa o cansaço. Por alguns instantes, é possível esquecer do próprio peso do corpo e flutuar sobre a ponte feito gaivota. Uma sensação que não perdura por muito tempo, alguns sequer tem noção que a vivenciam, no entanto,  ela é o eterno apelo que arrasta cada um para a próxima corrida.


Corredores no fim da Ponte, quando surge o Maciço da Tijuca.

Muito além dos últimos quilômetros da Ponte surgiu o Maciço da Tijuca e seu verde sinuoso, acariciado pelas sombras deslizantes de nuvens gigantescas, enquanto o Rio se aproximava. A Perimetral, com seus dias contados, conduziu os corredores até a pórtico de chegada no Aterro do Flamengo. Sobraram abraços e sorrisos molhados nos reencontros de corredores da corrida que é uma festa...

A Festa da Ponte!

Abraços!
Bira.
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Um comentário:

  1. As gaivotas, o mar e o ceu eu vilslumbrei, mas o macico da tijuca eu perdi... na proxima estarei mais atento! Abraços grande amigo!

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