quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Vídeo: Um-Corredor-Como-Você...

Vídeo: Um-Corredor-Como-Você...



Um-corredor-como-você acordou de manhã, tomou banho, café e saiu para treinar. Deparou com a cidade estirando tapetes de asfalto molhado de orvalho, para ele pisar. Uma brisa suave fez carícias em seus ombros enquanto os pássaros saudavam a manhã. Aquele ar renovado penetrou no seu peito, refrescou sua alma e animou sua largada... Então, pôs-se a correr e a aquecer feito o dia!


Um-corredor-como-você dobrou dezenas de esquinas e migrou entre os bairros, enquanto o sol se elevava e a manhã se perdia. Pouco a pouco, o calor expulsou o orvalho do chão. Gradualmente, o burburinho da metrópole abafou a cantiga dos pássaros. Logo, logo, o batuque das suas passadas não alcançaria mais os seus ouvidos. Muito menos os bipes do frequencímetro ou o pulsar do coração... É que uma orquestra confusa de buzinas, freadas e autofalantes poluíram o dia. Feito um corredor, fora de forma, o dia começou a ofegar.

Um-corredor-como-você ignorou os problemas do dia e fez verter no suor os seus próprios problemas. Sentiu-se livre como o vapor que dele saía. Pegou carona no vento e, sem se importar, misturou-se à fumaça que no ambiente crescia. Fez parte do caminho por onde passou por eternos instantes. Cada passo que deu, configurou uma conquista de si mesmo ou da cidade:

-- Outra rua, outro bairro!... Novas descobertas na mesma metrópole e novos desejos no mesmo ser!... Desejou correr pelo mundo e essa utopia fez seus olhos brilharem!

Um-corredor-como-você esqueceu que enquanto corria seu corpo exauria e não queria mais parar. Correu até o cansaço da manhã. Depois, aplacou a sede na fome da tarde. Por fim, recuperou seu o corpo no sono da noite. Até que outro dia lhe acordou renovado:

-- Outra manhã, outro despertar!... Novas descobertas na mesma cidade e novos caminhos dentro e fora do ser!... Sem querer, fundiu todo o mundo na visão distorcida pelo balanço de outra corrida!

Um-corredor-como-você é condutor da esperança no olhar que une o mundo. Humano que é, ele pode até sorrir e sofrer no decurso do mesmo dia, mas sabe que tem sempre outra manhã a lhe esperar!

Abraços!

Bira.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Vídeo - Correr, Tropeçar, Chorar e Sorrir...


Vídeo - Correr, Tropeçar, Chorar e Sorrir...




Se o dependente químico soubesse do poder da endorfina,

Deixaria de lado as drogas ilegais.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Cheiraria de novo o frescor esquecido da manhã!

Se o alcoolista soubesse do prazer de um gole d'água, após a corrida,
Deixaria de lado a outra bebida.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Brindaria de novo o sabor esquecido do dia!

Se o depressivo soubesse do alívio que traz um abraço de corredor,
Deixaria de lado os remédios.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Choraria pelos poros o suor esquecido dentro de si!

Se o compulsivo soubesse da força que arrasta os corredores na largada,
Deixaria se levar por ela.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Repetiria os passos esquecidos nas corridas da infância!

Se o Workaholic soubesse da lucratividade dos treinos com amigos,
Deixaria de lado a caneta e o terno.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Suaria no escritório esquecido que tem vento, chuva e sol!

Se o corredor soubesse por que não é um alcoolista ou depressivo,
Teria medo de parar de correr.
Mas o melhor é não ter medo,
Que está na origem dessas doenças.

Se o corredor dissesse que a corrida lhe trouxe saúde,
Outro rebateria, que a corrida lhe conduziu à saúde,
Mas tudo terminaria num pique,
Como nos Tempos das Descobertas de infância!

Se você estiver pensando que não há nada mais para descobrir na vida.
Se você estiver desiludido, recorrendo às drogas ou ao excesso de álcool...

Se você tiver tristeza demais,
Se estiver comendo demais,
Trabalhando demais,
Demasiadamente demais...

Lembre que quando criança
Você corria e sorria,
E tropeçava, e chorava,
E levantava, e corria de novo!
E descobria o mundo...
E tudo era demais!

Se você pensa que não há mais nada para descobrir no mundo,
Experimente olhar para ele, enquanto corre!
Resgate os olhos brilhantes de criança:
Correr, tropeçar, chorar e sorrir...

E se redescobrir,
E revelar o mundo!

Abraço!
Bira.

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Corredores se Encantam na Ilha (com vídeo)


Corredores se Encantam na Ilha (com vídeo)



Domingo, 11 de outubro de 2020, 7 h e 30 mim:


Quarenta corredores posam animados na largada do quinto Treinão BR. Eles estão no gramado da pista de atletismo do Campus da UFRJ - Fundão, a 500 metros do parque natural da Ilha do Catalão.


A maioria está ansiosa para conhecer o lugar. Por sorte, o sol surgiu de manhã, há poucas horas do treino. Nos últimos dias, toda cidade foi encoberta por nuvens e banhada de chuva que afugentou pelo menos a metade público. Quem não se assustou com o mau tempo se deu bem e agora estampa um sorriso que não sai da face, nem mesmo durante o trote.


Se o seu celular não está exibindo o vídeo, acima, clique no link para oYouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=r-IJEu9VA-A


Dentro do parque é dada a segunda largada. Todos estão perfilados na trilha e agora redescobrem as praias ocultas da ilha. Apesar da poluição, trazida pelas águas até a areia, o lugar insiste em ser belo e a surpreender. Dentro da mata, ramos de árvores se entrelaçam aos cipós e formam túneis, onde os corredores confundem realidade com sonho. Fachos de luz escapam por entre as árvores e dançam entre as folhas que fertilizam o chão. O barulho das ondas e o canto dos pássaros se confundem com o batuque dos tênis no solo e o burburinho dos corredores na mata. Alguns escolhem dar duas voltas no parque, cerca de 6 km, outros irão rodopiar um pouco mais para aproveitar e tirar fotos. Os mais "fominhas" estenderão seu treino com voltas no gramado rente á pista de atletismo, perto da concentração.


Embaixo de uma árvore, está montada uma mesa com lanches que os corredores levaram. Uma potente caixa de som toca músicas de todos os gêneros, animando quem chega. Quem tem compromissos se despede e vai embora, alguns dançam e outros não param de falar... O clima é muito bom!


Enquanto isso, os arredores do fundão não estão desertos. Uma equipe de corrida realiza outro treino no asfalto, times disputam partidas nos campos de futebol, caminhantes se espalham nas calçadas e vez em quando passam ciclistas na estrada. O sol ainda resiste o quanto pode, mas vai sucumbir. O benevolente astro faz de tudo para estender as festas. Quando as nuvens retornam, todos já estão fartos de tanta diversão, se despedem e vão embora...


O Treinão da Ilha do Catalão foi muito mais festa do que treinão, mas era disso que a gente precisava!


Abraço!

Bira.

domingo, 4 de outubro de 2020

Vídeo - Correndo às Cinco da Tarde


Sol-Medalha-Lua: gif composto com imagens da internet - Bira.

Vídeo - Correndo às Cinco da Tarde

Amigos!

Quando o Bira foi correr, já era cinco da tarde e o sol ainda pendia entre as pipas no céu. Dava para perceber a noite se aproximando, pelo avanço das sombras nas calçadas. Dava para ver o aumento do fluxo dos automóveis e do movimento de pessoas na estação do metrô. Ele deveria ter evitado passar no centro do bairro, mas se distraiu e tomou aquele rumo. Só deu conta do fato, quando foi obrigado a caminhar para evitar esbarrões.


Se o seu celular não visualizar o vídeo, clique no link a seguir: https://youtu.be/vnIdCU3DG8E

Quando o Bira se livrou do engarrafamento de carros e de gente, tomou um rumo mais seguro para correr pelos bairros - se é que se pode chamar de "seguro", nos dias de hoje, qualquer trajeto escolhido. No subúrbio, onde ele mora, os perigos estão por todos os lados. Acho, até, que o Bira corre para fugir dos perigos e fica nos iludindo ao dizer que é atleta!... Acho, também, que o Bira deve ter percebido que pode ser muito mais perigoso viver escondido dentro de casa.

Quando o Bira foi correr, já era cinco da tarde e o outono amarelava as ruas, no brilho do sol. Aos 56 anos, o Bira era como um sol, do fim de tarde, que reluta para manter-se pendente no céu. Às vezes ele se pergunta por quanto tempo ainda correrá. Nos últimos anos, algumas lesões enturveceram o seu céu, mas ele não desistiu e encarou as tempestades. Correndo bem menos, ele perdeu a condição de fazer maratonas - sua prova predileta. Ele também perdeu o seu Garmin, mas isso é o de menos, pior foi perder a vontade de comprar outro Garmim. O lado bom é que hoje ele corre sem se preocupar com a medição de tempo ou distância. E foi por isso que anoiteceu, enquanto ele trilhava as ruas de Olaria.

Quando o Bira se esquivou de um carro que encostou no meio-fio, ele pulou para a calçada e deparou com outro carro!... No subúrbio onde ele mora, os carros se esparramam e as pessoas só reclamam quando estão do lado de fora. Bira conformou-se e continuou a correr sob os postes de luz amarela. As luzes brancas dos faróis ofuscaram o seu olhar de contra-mão. Para não ser atropelado, ele aguçou os ouvidos. Para não tropeçar, ele ativou os sensores dos pés. Acho, até, que o Bira corre para sentir melhor o mundo e fica nos iludindo ao dizer que é atleta!... Acho, também, que o Bira deve ter percebido que pode ser muito mais arriscado não correr riscos.

Quando o Bira foi correr, já era cinco da tarde e a noite chegaria antes do final de seu treino. Uma noite de sombras e luzes; de buracos, lombadas e riscos; de cachorros raivosos que latem detrás do portão; de passantes que lhe olham um olhar enigmático; de fim de treino, após percorrer 17 quilômetros; de orgulho e de gratidão...

Quando Bira olhou para o céu, no fim do treino, já não eram cinco horas há muito tempo. Ele queria encontrar a lua, cheia e brilhante feito uma medalha! Queria colher a lua com as mãos e colocá-la no peito, mas a lua não estava lá... Apenas na sua imaginação!

Abraços!
Bira.