sábado, 29 de março de 2014

Além do Blog II - Meu País: Maratona

(...) Encontrei tudo muito diferente no mundo da corrida. A atividade antes vista com estranheza virou moda. Os corredores já não eram chamados de "doentes mentais" e sim de "gente saudável" (...)

A série"Além do Blog" traz novas maneiras de contar as histórias já descritas aqui. Em "Meu País: Maratona", a emoção de superar os 42 quilômetro da grande prova... 

Além do Blog II - Meu País: Maratona

Amigos!

Esqueça tudo que você entende de corrida de rua hoje: Esqueça das suas camisetas e bermudas tecnológicas que não retêm suor. Esqueça dos seus tênis importados que se adaptam ao formato do pé. Esqueça do seu frequencímetro Garmin que localiza o satélite para medir o percurso. Esqueça até mesmo dos seus fones de ouvido. Esqueça, sobretudo, dessa grande quantidade de amigos corredores que treinam contigo...

Pronto, agora você está em 1985 e corre sozinho na beirada do asfalto. Seus tênis são feitos de lona azul e têm sola dura de borracha. Sua camiseta é branca de algodão. Ela vai ficar encharcada de suor, vergonha e raiva, quando alguém lhe chamar de maluco na rua...

Isso mesmo, em 1985 e só os "loucos" corriam, enquanto as "pessoas normais" davam longas tragadas em seus cigarros, imitando os atores de Hollywood e desportistas dos um comercias de TV (confira o vídeo). Existia apenas uma revista (a Viva) especializada em corrida e a internet, com seus sites e blogs sobre o tema, só explodiria entre 10 e 15 anos depois. Aqui no Rio, o jornalista pioneiro neste assunto foi José Inácio Werneck, no Jornal do Brasil. Foi na sua coluna que me inspirei para participar da minha primeira maratona: A Maratona do Rio'85. Sem ter nenhuma noção do que encontraria pela frente, comprei um belo par de tênis branco e me inscrevi para a grande prova, repleta de corredores da elite internacional.

Quando o sol começou a descer atrás dos prédios que margeiam a Praia do Leme era tarde-sábado de junho-85. Os acordes do Bolero de Ravel se elevaram sobre seis mil corredores espremidos e ansiosos no corredor de largada. Foi um tiro de canhão que provocou o estouro daquela manada. Meu choro, ali no meio, também não se conteve e tentou denunciar inutilmente a todos minha emoção. As largada e chegada daquela corrida foram momentos marcantes na minha vida. Para completar a prova, no entanto, intercalei entre correr e caminhar por longas de 5 horas e 28 minutos. Eu não tinha experiência nem feito um único treino para chegar ali. Entrei na maratona pela janela e acabei sendo fisgado: No ano seguinte voltei a fazer a Maratona do Rio além de São Paulo. Depois parei por nada menos que 22 anos!...


Comerciais, impensáveis nos dias de hoje, associavam cigarros ao esporte... Naquele contexto, "maluco" era quem passasse correndo na rua: "Ao Sucesso!..."


Voltei a correr em 2008 e em 2010 fiz a Maratona do Rio. Encontrei tudo muito diferente no mundo da corrida. A atividade antes vista com estranheza virou moda. Os corredores já não eram chamados de "doentes mentais" e sim de "gente saudável". Ignorei que já não tinha mais vinte e tantos anos, e vesti roupas coloridas, e ganhei identidade de atleta. O que não mudou foi o encanto e a felicidade que a prova desperta. Regularmente treinado, aos 50 anos, concluí a Maratona do Rio em 3 horas e 36 minutos. O choro na chegada não foi suficiente para dissipar minha emoção. Ao chegar em casa, entrei no Orkut - que ainda era usado na época - e escrevi o seguinte texto:

 A MARATONA É COMO A VIDA

A maratona é como a vida: Nos primeiros quilômetros, ainda no Recreio dos Bandeirantes, enquanto à nossa direita víamos violentas ondas se erguerem do mar, transformando aquele azul eterno na branca espuma que logo morre na areia, do outro lado da estrada onde corríamos, havia um o mato verde, calmo e fecundo, sob o manto do orvalho, num dos trechos esportivos mais belos do mundo. 

Recebíamos contra o peito fortes lufadas de vento e, mesmo neste momento supremo, eu consegui me preocupar... Tentei vislumbrar além da estrada o meu destino - O Aterro do Flamengo - e pensei: "É longe demais!... Não dá pra ver ou calcular, atrás de qual montanha distante e esbranquiçada está a linha de chegada..."

Tal qual ocorre na vida, não daria para assegurar o resultado. Era preciso, simplesmente, viver cada passada. E assim perceber que aquele vento frio, matinal de inverno à beira-mar não era o bastante para nos congelar, apenas refrigerava. Nosso sangue estava quente e expelia o calor e energia, e expulsava o suor. Se por um lado perdíamos sais minerais, por outro, nos desfazíamos de toxinas. Poderíamos recuperar os sais no próximo posto de hidratação, sorvendo um isotônico, mas as toxinas, que ficassem pelo caminho - pisoteadas no asfalto como copinhos de água mineral.

Sim! Nós maratonistas somos privilegiados pois colhemos ao longo de 42km de estrada os frutos do que plantamos no asfalto e que regamos com o próprio suor, dia a dia, treino a treino. Ao fim da maratona, passadas 2h50min, ou 3h25min, ou 4h20min... não importa o tempo de cada um, cruzamos a linha de chegada para descobrir que a felicidade sempre esteve ao nosso lado, pelo caminho. Ela esteve no olhar de um amigo - feito ali mesmo naquele trajeto - ou no sentir o vento, ou no pisar no asfalto, ou no ouvir o barulho do mar, ou...


A maratona é como a vida: Longa e desgastante para quem não percebe a brevidade da onda, que se desfaz na espuma, que se chama felicidade, que morre e renasce a todo instante #


Meu País: Maratona


Continuei a correr maratonas (42 km) em Porto Alegre, Buenos Aires, Rio de Janeiro e Buenos Aires de novo. Depois andei lesionado e me limitei às corridas mais curtas, mas nada é como uma maratona!... Pensando melhor, a Maratona não é uma prova e sim um lugar. Um lugar que se desloca pelo mundo e abriga pessoas felizes, mesmo que estejam em sofrimento físico. A Maratona é minha terra! Quando eu digo "sou maratonista", refiro-me à minha nacionalidade. Meu país Maratona abriga pessoas das mais diversas raças, culturas e níveis sociais. Meu país Maratona me torna igual, lado a lado os com demais corredores, trocando forças pelo difícil trajeto. Lembro-me de quando completei a Maratona de Buenos Aires 2010 e não contive um forte choro, após cruzar a linha de chegada. Um argentino que veio logo atrás me amparou com um abraço de irmão, dizendo não menos emocionado que eu:

- Campeón... Eres un campeón!...

Desabei em soluços sobre seu ombro solidário e depois nunca mais o vi. Meu irmão argentino e eu somos maratonistas, habitantes de um mesmo país que tem 42.195 metros de emoção. ##

Abraço!
Bira.







terça-feira, 25 de março de 2014

Além do Blog I - Nunca é Tarde...

(...) Raios solares avivaram o laranja que vestia os corredores... Três mil corações bateram no ritmo de música eletrônica... Foi dada a largada e eu estava correndo de novo! (...)


A série"Além do Blog" trará novas maneiras de contar as histórias já descritas aqui. Em "Nunca é Tarde", memórias de infância ocorridas concentração da Corrida Leblon - Leme têm destaque... 

Além do Blog I - Nunca é Tarde...

Amigos!

Para dizer a verdade, em pouquíssimas vezes eu tinha visto um sol recém-nascido no Leblon até aquela linda manhã de janeiro de 2008. Já com 48 anos de idade, eu estava voltando a participar de uma corrida de rua, nada menos do que 22 anos após minha última prova: a Maratona do Rio'86. E se a beleza matinal surpreendia, foi porque um carioca do subúrbio não vê a luz brotar detrás das ondas todo dia.

Cheguei cedo ao local de largada da Corrida Leblon-Leme, no finzinho da Avenida Delfim Moreira. Poucos corredores dispersos já estavam ali, próximo à subida da Avenida Niemeyer. Ainda sem ter amigos corredores, fui seduzido pela paisagem enquanto sozinho esperava o tempo passar. O hálito frio do mar escorreu sobre mim e eriçou os pelos de meus braços. Meus olhos se deitaram no horizonte e meu pensamento fluiu no tempo. Ele foi resgatar outros cenários da minha infância, querendo fazer comparações. Meu malicioso pensamento quis ressuscitar alegrias suburbanas, para me convencer de que a felicidade independe do cenário, por mais encantador que este seja...

Quando criança, meu passatempo, em Irajá, não poderia ser o surf, mas soltar pipa. Jogava bola de gude e chutava bola de meia. Subia nas árvores para comer cajá, goiaba e manga. Era uma infância muito boa, mas apartada dos bairros mais nobres da minha cidade. Quando alguém decidia ir à praia, pegava o ônibus 940 e descia em Ramos, no ponto final. Depois de atravessar a Avenida Brasil, deparava com a praia suburbana lotada - em época de águas bem menos poluídas. Nos anos seguintes, Ramos virou uma banheira de óleo e esgoto que o governo remediou construindo, ali, um piscinão. Há quatro décadas, não existia metrô para diminuir as distâncias ou internet para simular proximidade. O subúrbio, no entanto, parecia ter tudo para a felicidade de um menino que desce a ladeira em um carrinho de rolimã - muita liberdade e poucos riscos. Cabia na contagem dos dedos o número de "maconheiros" do bairro. Quando um guarda noturno passava soprando o apito, só assustava uns poucos ladrões de galinha, membros da única espécie de marginal do bairro. O tempo passou, eu e o bairro crescemos para o bem ou para o mal...

Caixas acústicas e a voz de Madonna me resgataram daquela viagem no tempo. Fiquei surpreso ao descobrir que faltava meia hora para a largada da corrida. Seriam oito quilômetros até o Leme e eu não me lembro, mas devo ter feito um breve aquecimento. Quase todos os três mil corredores inscritos já estavam ali, aferindo a todo instante a proximidade da largada. Raios solares avivaram o laranja que vestia os corredores... Três mil corações bateram no ritmo de música eletrônica... Foi dada a largada e eu estava correndo de novo!

A vantagem de começar a correr tardiamente é se ver em ascensão no momento em que o rendimento deveria estar caindo. No limiar dos 50 anos eu treinava ainda para saber até onde poderia chegar, o que é estimulante. Estabeleci como meta correr 10 km em 40 minutos e me dediquei em 2008 a quebrar essa marca. Com o ímpeto de um adolescente, corri várias provas naquela distância: Corrida de São Sebastião, Circuito das Estações, Nigth Run (na USP) e tantas outras. Fiz amigos na corrida e aprendi muito com eles. Meus tempos foram melhorando, mas o melhor que eu obtive nos 10 km foi 41:33 min. No ano seguinte abandonei a meta para fazer corridas mais longas, como a Meia-Maratona da Cidade 2009 (21 km, no tempo de 1:36:h que me encheu de orgulho, na época). Estabeleci um nova meta: correr maratonas a partir de 2010!...

...Mas isso é assunto para próximas postagens.

Continua em: "Além do Blog II - Meu País: Maratona"



Abraço!

Bira.

sábado, 22 de março de 2014

Um Tombo Inevitável

(...) Cambaleei por mais três ou quatro passadas tentando retomar o equilíbrio, mas não tive sucesso. Antes de beijar o chão, dobrei os joelhos e estendi os braços para amortecer o impacto... E, por fim, caí (...)

Imagem composta com recorte de outras imagens colhidas da internet - Bira, 03/14.

Um Tombo Inevitável

Amigos!

Foi tudo muito rápido; eu vinha correndo pelo gramado e pensei: "Vou cair!..." Imediatamente atentei às raízes que brotavam do chão, já que tinham árvores perto, mas foi em vão e eu tropecei assim mesmo. Cambaleei por mais três ou quatro passadas tentando retomar o equilíbrio, mas não tive sucesso. Antes de beijar o chão, dobrei os joelhos e estendi os braços para amortecer o impacto... E, por fim, caí.

Foi tudo em menos de dois segundos num raio de cinco metros: Um tombo inevitável, apesar de percebê-lo antes. Estatelado sobre a grama baixa e meio seca, demorei alguns instantes para reagir. Automaticamente, sem olhar, fiz um escaneando sensorial do corpo. Enquanto isso, meu coração bombeava com força um sangue vermelho de raiva que afogou minha mente. Outra enxurrada, de vergonha, devolveu cor ao meu rosto: "Ainda bem que ninguém viu!" - suspirei. Fiquei sentado para contabilizar os prejuízos físicos e deixar passar a sensação do choque. Mesmo rala, a grama amorteceu minha queda, poupou os joelhos e as palmas das mãos. Eu estava inteiro e com poucos arranhões. Recolhi o Smartphone que cambaleou bem mais que eu, sacudi a poeira e voltei a correr no gramado.

O suor que escorria de novo fez os joelhos ralados arderem. Quis esquecer que havia caído, mas não deu. Ressenti achando que poderia ter evitado, afinal eu antevi o tombo:

- Mas eu tentei evitar! - justifiquei para mim mesmo.

- Quem mandou se desviar do mendigo? - rebateu a minha Culpa.

Ops!... O mendigo não estava nesta história, mas a Culpa não é nada amiga e denunciou o fato, então vou ter que contar direito:

Era sábado, por volta das 11 horas. Eu estava feliz da vida, percorrendo o km 24 do meu treinão de 30, passando pelo Aterro. O asfalto não estava liberado ao lazer e eu corria na grama. Eu ia bem, até surgir uma árvore à frente. Se eu cortasse por dentro, teria que cruzar ao lado de um mendigo deitado na sombra (em princípio, parecia ser um mendigo - não tenho certeza já que eu estava correndo), então escolhi desviar para a direita. De imediato, veio a certeza que eu levaria o tombo que tentei inutilmente de evitar.

 Agora vou responder à Culpa:

- Tenho quase certeza que se eu passasse próximo ao mendigo, não cairia. No entanto, eu já tive tombos muito piores sem estar me desviando de nada (ano passado eu tropecei na grama e caí feio sobre a calçada de pedras portuguesas). Desta vez saí no lucro: Ganhei pequenos arranhões que só incomodaram por dois dias; ganhei essa crônica para ilustrar o blog; e ainda tenho a oportunidade de mandar você (Culpa), publicamente, para a puta que pariu!

Abraços!
Bira.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Como Eliminar o Lado Ruim das Coisas

Amigos!

Gif animado, com sequência de ilustrações feitas no Paint - Bira, 03/14.
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Em conversa com outros amigos, ontem à noite, um deles começou a falar de maturidade emocional, e disse:

- Antigamente eu só queria o lado bom das coisas, depois vi que não dava... Tudo na vida tem um lado ruim que é impossível de ser eliminado...

Aquelas palavras provocaram, de imediato, um insight. Um sorriso de gratidão e discordância brotou na minha face:

- Sim!... - repare que para não suscitar polêmica, discordei com um "sim" - É possível eliminar o lado ruim das coisas!... Aliás, a gente vem fazendo isso constantemente e muitas vezes nem se dá conta!...

Meu amigo não ficou irritado, mas curioso. Como ele poderia se irritar com alguém que lhe transmite a discordância num sorriso de gratidão? E começou a observar atento a minha explanação:

- É simples... - falei simulando um desenho imaginário na mesa - Veja aqui os dois lados: Quando você elimina o lado ruim de alguma coisa, tal qual uma mitose, o lado bom se divide em dois... Inebriado pelo encanto da mudança, você demorará a perceber que há de novo um lado bom e outro ruim. Muito embora eles estejam em um nível mais elevado, não deixam de ser bom e ruim (!)...

Meu amigo não dizia nada. Não sei se entendeu de fato o argumento. O mais importante, no entanto, é que EU estava entendendo os pensamentos que me chegavam. Era como se eu tivesse encontrado um novo ângulo de fotografar uma cena, revelando detalhes ocultos. Imediatamente pensei nessa onda de protestos, quebra-quebras e reivindicações, que fundiram a minha cabeça nos últimos tempos, apesar do país ter superado uma crise mundial... A lógica, neste fato, também se aplica: a ditadura foi eliminada e o povo melhorou de vida, mas isso se dividiu em novas reivindicações.

Para sair desse campo minado da política, eu apresentei a meu amigo um outro exemplo simples e pessoal: Quando em 2.012 eu terminei de pagar a minha casa, a muito custo, deparei com a urgência de fazer várias reformas caríssimas, pois o imóvel é grande. Sendo assim, eu havia eliminado o LADO RUIM (de não ter casa), mas o LADO BOM (de ter casa) se dividiu, dando luz a novo LADO RUIM: (de ter de fazer reformas caras e urgentes).

Ressaltei ao meu amigo que perceber as coisas dessa forma me deixa motivado: um lado ruim continua presente, porém em um nível mais elevado - sinal de progresso. Sua presença valoriza que há de bom!...

Mas esse texto não encerra aqui: Existe a progressão feita ao contrário, vejamos:

QUANDO O LADO BOM É ELIMINADO E O RUIM SE DIVIDE

Quando o metrô permaneceu parado na linha 2, esta semana, várias pessoas se irritaram no vagão. Não era para menos - muito chegariam atrasados no trabalho, inclusive eu. Consultei o relógio três vezes, a cada cinco minutos. Na quarta consulta, desisti de permanecer irritado. Pus os fones de ouvido, mas não consegui me concentrar na música, até que veio um pensamento, que imediatamente postei no Facebook:

"O lado bom de ficar dentro metrô parado na linha 2 é pensar que poderia ser pior, estando dentro de um túnel na linha 1"...

Ao pensar assim eu sorri. Dividi o que havia de ruim e relaxei na sua parte boa...

Ninguém em sã consciência deseja livrar do bom e ficar com o ruim, quando isso acontece é involuntário. Acidentes, tragédias ou simples contratempos provocam mudanças profundas na consciência de quem os supera. Novos conceitos de felicidade são resgatados, feito criança, nos escombros de um prédio desabado. Semi-devastado pelo ataque nuclear, o Japão que ressurgiu pacífico, tornou-se potência mundial. Há milhares, talvez milhões de exemplos individuais de superação descritos em sites, igrejas, livros de auto-ajuda e até mesmo ao pé do ouvido de quem precisa de incentivo.

O FOGO E A ÁGUA

"Fogo de morro acima e água de morro abaixo, ninguém segura" é um provérbio que descreve a força que usamos na eliminação dos problemas, mas também a enxurrada que destrói patrimônios. Vivemos, hora sob efeito da emoção que cega quem emerge, hora sob efeito da emoção que aprofunda a depressão de quem perdeu. Emergir ou submergir, perder ou ganhar, no entanto, é o resultado de um julgamento mutante aos olhos do tempo.

Abraço!
Bira.