quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Cyber, Concreto e Interativo ou: Faça Você Mesmo!

Amigos;

Precisar não precisa: era início dos anos 80 e o Zeca jogava cartas comigo na Praça. Ele chegava no fim da tarde no velho fusca repleto de adesivos do PDT. Discutia política e jogadas sem perder - o humor, é claro!

Certo dia ele não apareceu e ninguém podia imaginar que estava morto. A notícia chegou com uma semana de atraso. Eu não fui ao enterro nem na missa, mas em sua homenagem escrevi um poema que não li para ninguém: Quem joga na praça não lê poemas, tão pouco poemas concretos. De concreto ali, só os bancos da praça...

Era início dos anos 80, não tinha blog ou internet, e a  primeira versão do poema ficou assim:

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O Sonho de Renata

(...) Vocês não têm ideia do que é cuidar de 200 cachorros!... Nem mesmo assistindo ao vídeo abaixo, feito quando visitei a casa de Renata Brito, em Anchieta, terão ideia exata (...)

Para perseguir o sonho de socorrer cães famintos e doentes, Renata saiu da Barra (A) para a Baixada (B) e hoje mora em Anchieta com 200 animais.




O Sonho de Renata

Amigos!

Vocês não têm ideia do que é cuidar de 200 cachorros!... Nem mesmo assistindo ao vídeo abaixo, feito quando visitei a casa de Renata Brito, em Anchieta, terão ideia exata. Eu também não sabia o que encontraria e cheguei ali de tênis, calça esportiva e camisa dry, novinha em folha. Depois de conversar com seu companheiro Adilson Taipan, na calçada, falei que queria subir para filmar os cachorros antes que anoitecesse. Ele me olhou de cima a baixo e disse: "É melhor você trocar de roupa." Ofereceu-me chinelos, camisa e bermuda surrada. Enquanto eu me trocava, antevi que não seria fácil encarar a cachorrada.

sábado, 13 de outubro de 2012

Um Corredor de Anjos

(...) Entre as música e os gestos habitavam anjos invisíveis!... Sim!... Naquele lugar havia anjos e uma força indescritível invadia a alma.  Eu não tive mais dúvidas de que completaria a prova! (...)

Os primeiros quilômetros da prova...

Um Corredor de Anjos

Amigos!

Na manhã de domingo passado, havia um lugar na Argentina onde a crise econômica não entrou. Um lugar sem paredes, sujeito à chuva e ao frio. Mais precisamente, um caminho de asfalto, onde 8.000 pessoas corriam em trajes de cores flúor. Um caminho entre as árvores do parque, os prédios do Centro e os antigos guindastes de Porto Madero.


Concentração da largada...

Ah!... Se todos 41 milhões de argentinos pudessem correr a Maratona de Buenos Aires!... Se as incertezas que vivem pudessem dissipar, durante a prova, como dissipou minha incerteza de completá-la! Quando larguei sentindo dores ao pisar com o pé direito e pensei: "Vou continuar até onde der, ou, se a dor parar, vou prosseguir..." O corpo aqueceu e a dor foi cedendo. Em alguns momentos, cheguei a esquecer da contusão e comecei a me divertir na corrida. Ouvia música e tirava fotos com o iphone, mas não consegui clicar um cachorro maratonista que surgiu no KM 10 e reapareceu no 16. Com meio palmo de língua para fora, o cão provocava risos entre os corredores e nem deu para eu conferir se ele acompanhava seu suposto dono.

Os corredores são muito bem tratados na Maratona de Buenos Aires. Há vários pontos de hidratação com Gatorade e água mineral que, fora dali, no comércio onde a crise perdura, pode custar até 15 pesos - uns R$ 7,00(!). Em três pontos da prova são distribuídas bananas, laranja e frutas secas - justamente na hora que o corpo pede. Detalhes que colocam a BA Maratón no topo das corridas que já participei.


Na metade do percurso surge La Bombonera, estádio do Boca Junior...

Depois de largar nas imediações do Estádio do River Plate e passar, incólume, frente à Bombonera (foto ao lado), do rival Boca Júnior, cruzei o portal da meia-maratona com 1:43h. Sentia-me bem e até vislumbrei em fechar os 42k com 3:25h, mas logo caí na real: "Nas atuais circunstâncias, bastaria completar com qualquer tempo".

Em Puerto Madero surgem os primeiros sinais cansaço e as providências de um staff que faz diferença...

O melhor de BA Maratón, no entanto, estava por vir. Quando percorremos as docas de Porto Madero, na altura dos quilômetros 30, quando as forças dos corredores começavam a exaurir, uma música instrumental surgiu ao longe. Na medida que nos aproximamos, aumentava o som e o envolvimento da melodia. Então vimos um corredor de pessoas aplaudindo e incentivando quem passava. Elas vestiam coletes de onde pendiam hastes, por traz dos ombros, que sustentavam cartazes sobre a cabeça, com as inscrições: "Força!... Você consegue!..." e etc.

Entre as música e os gestos habitavam anjos invisíveis!... Sim!... Naquele lugar havia anjos e uma força indescritível invadia a alma.  Eu não tive mais dúvidas de que completaria a prova!

Ah!... Se os 41 milhões de argentinos pudessem passar pelo corredor de anjos de Porto Madero!... Se todos os povos e pessoas em crise pudessem sentir o que sentimos naquele lugar!... O choro da chegada foi derramado ali mesmo e tudo mais que viesse até a chegada, ou mesmo a própria chegada, seria menos relevante.

Capa de plástico para proteger do frio e da chuva...






Depois disso é claro que completei (3:34), festejei com o Sandro Rodrigo (3:06) que estava radiante por ter conseguido seu melhor tempo em maratonas - ele é corredor de Meia.


Meu amigo Sandro Rodrigo completa a prova feliz da vida!

Inesquecível, no entanto, foi correr entre os anjos de Porto Madero.

Abraços!
Bira. 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

História de Gigante II

(...) Hoje, a poucos dias de disputar a finalíssima do Prêmio Multi Show de Humor, assisti suas apresentações nas eliminatórias do concurso (vídeo abaixo) e, orgulhoso, retornei para entrevistá-lo (...)

Capa da Revista Ast-Rio com foto do Léo.